Reportagem Royal Blood em Lisboa

O duo britânico Royal Blood surpreendeu o mundo com o excelente álbum homónimo que marcou a sua estreia em 2014. Somente um ano depois encheram o Coliseu dos Recreios, mostrando que o público nacional estava atento à música da banda. No presente ano de 2017 o vocalista/baixista Mike Kerr e o baterista Ben Thatcher regressaram a Portugal para uma atuação no NOS Alive e apenas três meses e meio depois voltaram novamente, para darem início à sua digressão europeia de apresentação da novidade "How Did We Get So Dark?".
Durante menos de meia hora, os Black Honey tiveram a dura tarefa de abrir para os Royal Blood. Vindos de Brighton assim como a banda headliner, estes quatro músicos proporcionaram um aquecimento algo morno aos presentes. O público esteve quase sempre parado a assistir, sendo que ainda houveram algumas tímidas palmas nas filas da frente da plateia, durante um ou outro tema. Além do mais não houve muita interação entre a banda e os espectadores. Ainda assim "Spinning Wheel" foi a mais bem recebida desta curta atuação.
Foi com um alinhamento cem por cento equilibrado entre os seus dos álbuns que os Royal Blood se apresentaram ao público neste começo de tour. Precisamente oito temas de cada um dos seus dois registos discográficos foram tocados e conquistaram o público. Ficou bem patente que, ao vivo, os novos temas de "How Did We Get So Dark?" pouco ou nada ficam a dever aos do disco de estreia. A sonoridade apresentada por este grupo de dois músicos baseada num misto de blues rock, stoner rock e hard rock que revela as suas influências mas também já é detentora de uma sonoridade muito própria, definitivamente está para ficar e os Royal Blood têm tudo para se tornar numa das maiores bandas de rock desta década. Se é que já não o são! Concertos como este, confirmam toda a valia que esta apresenta em estúdio. É impressionante verificar o som poderoso e orelhudo que estes ingleses conseguem fazer apenas com voz, baixo e bateria.
O público estava ansioso pela entrada em palco dos britânicos que, com "How Did We Get So Dark?", deram o mote para uma grande noite de rock. "Where Are You Now?" foi merecedora não só de uma grande salva de palmas, mas também de uma reação mais efusiva por parte do público, que tanto gritou o nome da banda.
"Lights Out" foi naturalmente um grande destaque, onde todos os fãs cantaram o refrão e até mesmo o solo de Mike Kerr. Um dos temas fortes do álbum de estreia, "Come on Over", colocou os espectadores a saltar quer no início quer no refrão.
Quase sem paragem entre temas, o cantor/baixista pediu palmas aos presentes no início de "You Can Be So Cruel", tendo os mesmos correspondido à solicitação do músico. No final da música os fãs voltaram a gritar pelos Royal Blood, em sinal de aprovação pelo início deste grande concerto que estavam a presenciar. "Blood Hands" e a estreante ao vivo "Don't Tell" marcaram o período menos entusiasmante da performance do duo, muito por força dos temas que os precederam.
Mike Kerr tocou baixo e teclado em "Hole in Your Heart" tema que, fruto do seu refrão frenético, levou muitos dos presentes a saltar. O vocalista agradeceu aos espectadores no final desta música, referiu que Portugal é “um dos melhores países para tocar” e afirmou que o Ben Thatcher é “uma das melhores pessoas no mundo”, sendo que o baterista agradeceu os aplausos de cerveja na mão. "Loose Change" até foi surpreendentemente um dos temas temas com maior adesão por parte do público. "Figure It Out", um dos já clássicos dos Royal Blood, foi a música mais cantada da noite, deixando os fãs ao rubro.
Com este tema o espetáculo já terminava em grande, porém os Royal Blood saíram de palco, tendo regressado para um encore, algo nada habitual nos concertos da banda. A frenética "Ten Tonne Skeleton" e a pesada "Out of the Black" deram, da melhor forma, por terminado um enorme concerto.
Em quatro anos de carreira os Royal Blood estiveram em Lisboa três vezes e estão reunidas as condições para que continuem a visitar Portugal com bastante regularidade. Os fãs agradecem!
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Organização:Everything is New
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terça-feira, 02 janeiro 2018