Cartaz dia 5 de Agosto @ Sudoeste
Aqui fica o cartaz do último dia do Festival Sudoeste de 2007, para este dia podes contar com os nomes de:
PALCO TMN:
James | Mika | Phoenix | Razorlight | Babylon Circus
PLANETA SUDOESTE:
The National | Of Montreal | Trail of Dead | Tara Perdida | 2008 | Rui Vargas | Stereo Addiction
POSITIVE VIBES:
Pow Pow Movement | Tiken Jah Fakoly | Yellowman | Alioune K
James - O sexteto de Manchester irá estar presente no último dia do Sudoeste 2007, após seis anos de costas voltadas, de novo a dar concertos, e ainda a gravar novas canções. “Revitalizados” é a palavra utilizada pelo vocalista Tim Booth, que percebeu que colocar de novo em acção bandas separadas não é “uncool”, após assistir a concertos dos Pixies e de Bruce Springsteen. Melhores pontos de comparação, aliás, não poderia haver, para uma banda que conseguiu de forma brilhante superar as iniciais sombras lançadas pelos conterrâneos Smiths e desabrochar como uma grande máquina de juntar melodias serpenteantes, gosto pela experimentação e uma enorme força ao vivo. “Sit down”, relembremos, é um dos grandes hinos colectivos. Nela, os James celebram uma afirmação de solidariedade que só não conseguirá provocar arrepios. Um concerto desta banda é para quem gosta de estar em comunidade, em transmissão de vibrações.
Phoenix - Rock indie em todo o seu esplendor embora.... não são um típico quarteto de rock indie, e são franceses. Os Phoenix foram criados, nos subúrbios de Paris nos anos 90, numa dieta baseada em "krautrock", mas andaram anos a vegetar pelo circuito de bares de província a tocar versões de “standards” country, e de Prince. E depois conheceram os seus compatriotas Air. Como corolário desta educação variada em ideias e sons, surge o som tipicamente Phoenix. Alternadamente frios, rigorosos, implacáveis como os seus heróis germânicos dos anos 70, ou calorosos, quase quase quentes, a roçar um “white groove”, ou sonhadores, a resvalarem para um ambiente que não estaria mal num tema dos… Air. Do último álbum, “It’s Never Been Like That”, diz o vocalista Thomas Mars: “Há brutalidade neste disco.” Com esta frase podem ficar com uma ideia do que não podem perder no Sudoeste no dia 5.
Razorlight - Com o seu álbum de estreia em 2003 "Up all Night" atingiu o 3º lugar no top Inglês, em 2006 aparecem com um novo álbum com o mesmo nome da banda, atingindo o 1º lugar com o single "America". Um pouco de história, à frente do seu quarteto, Borrell notabilizou-se pela acidez da língua e pela imensa capacidade de fazer inimigos no meio musical. Agora, quando vem o Festival Sudoeste promover o segundo álbum do grupo, é um homem mais calmo, mas sempre sabendo para onde quer levar a sua carreira. Os Razorlight trazem neste último álbum canções simples, directas, produzidas de forma incisiva e sem mariquices por um produtor que já trabalhou com os Sex Pistols. São temas que mostram a vida de Johnny, o homem-criança que se espanta e comove com os estranhos Estados da “America” ou com o que encontra, ou não, na sua cabeça e na sua cama na manhã seguinte, tudo explicado em “In the morning”.
Babylon Circus - Mais um projecto francês, desta vez com ritmos de blues, jazz, ska, reggae. Passando pelo punk, música de raiz cigana e ritmos do Magrebe. A isto, os dez músicos misturam um gosto muito particular pelas artes circenses. Um espectáculo dos Babylon Circus é mais do que uma exposição de canções rebeldes e iconoclastas em ambiente de grande folia. É, também, uma ocasião para juntar a exuberância e exibicionismo das artes dos palhaços, dos acrobatas, dos equilibristas. A dança e a mímica nunca estão longe deste circo da Babilónia. Há quem lhes chame ingénuos e desajustados dos tempos que correm, mas a verdade é exactamente a oposta: é necessário quem encare a música e a dança impertinentes como uma forma absoluta de respiração e combatividade. Gentes, histórias, sentimentos fortes, luz e som em desvario, suor a escorrer por todos os corpos: eis, então, uma antevisão do que espera o palco principal do Festival Sudoeste.
The National - Um dos segredos mais bem guardados do actual rock norte-americano, e está na altura de deixar de o ser. Para que o maior número de melómanos os possam apreciar, irão actuar no último dia do Festival Sudoeste.E o que tocam os The National? O som reporta, sem ser nenhum destes estilos em concreto, para o country rock, para o sadcore de cabaret, para o pop de câmara. Servidos pelo grandioso barítono do vocalista Matt Berninger, os The National escrevem e servem pequenas peças de tragédia, vidas quebradas e sinas impossíveis de largar. São canções para amantes e pecadores, claramente embrenhadas nas mitologias das estradas e bares norte-americanos mas que conseguem transcender as suas raízes para se tornarem universais. “Boxer” é o nome do último álbum, mas o título do CD de 2003 pode bem configurar a experiência destes poderosos indie-rockers: “Sad Songs For Dirty Lovers”.
Of Montreal - Um dos muitos artistas que assentaram arraiais pela cidade sulista de Athens, Geórgia é Kevin Barnes, que organizou a sua vida à volta do projecto Of Montreal. Prolífico, inventivo, contraditório, consegue a proeza que é surpreender, nem que seja um pouco, em tudo o que edita. Estamos aqui em áreas que aceitam como coordenadas alguns dos nomes mais melódicos mas subterraneamente desfeitos dos anos 60, como Byrds ou The Mamas and The Papas. A que, claro, junta toadas modernas, em tons depressivos, sombrios e, mesmo, maníacos. É Kevin quem afirma: “Nos primeiros discos tinha a cabeça fechada, apenas queria ouvir coisas feitas nos anos 60 ou 70. A produção moderna punha-me maluco. Mas depois houve uma mudança, e nos últimos anos procurei música contemporânea que me faça sentir mais ligado à minha geração e ao mundo do meu tempo.”
Trail of Dead - Estranha banda, estes "And You Will Know Us By The Trail of Dead". Estão sedeados em Austin, Texas, cidade em cujo festival SXSW passam muitos dos vectores que definem os maiores arrojos da música rock contemporânea. O que significa que os Trail of Dead estão no sítio certo, dado que desde 1994 este quinteto liderado pelos vocalistas/guitarristas Jason Reece e Conrad Keely faz discos que apelam fortemente quer a lados viscerais, quer a lados cerebrais de quem os ouve. São alternativos, são violentos, mas também são cultos. Escutar temas dos Trail of Dead, ou assistir a um concerto seu, significa usualmente que nos assumam sensações que nem sabíamos que existiam. Rock erudito que mexe com as entranhas, logo não pode ser nenhuma perda de tempo.
Tara Perdida - Punks veteranos não morrem, diz o ditado. O que fazem, então? Continuam a apostar no que sabem fazer e sempre fizeram. No caso concreto, o veterano das guerras do punk em Portugal é João Ribas, que após o fim das aventuras nos "Ku de Judas" e, principalmente, nos míticos "Censurados", decidiu em 1995 que estava na hora de voltar. E em boa hora o fez, pois desde então os Tara Perdida têm levantado bem alto a bandeira do punk rock hardcore em Portugal. Podem contar com momentos de festança dos espectadores através da confiança na força das guitarras bem cerradas, na percussão demolidora, no vozeirão de Ribas, e na força da união colectiva. Nos concertos dos Tara Perdida perde-se quilos em suor, mas sai-se sempre bem disposto.
Pow Pow Movement - No mundo dos grandes soundsystems de reggae, ser jamaicano era quase obrigatório, ou pelo menos aconselhável. Por isso, é de notar a persistência dos Pow Pow Movement, quinteto da cidade alemã de Colónia. No som, esta o seu soundsystem, que retira o nome Pow Pow de uma saudação usada nas pistas de dança jamaicanas e que imita o som de dois tiros. Apesar disso, a mensagem era de paz e de integração cultural e racial. Depois de anos a passar as canções de outros artistas e de as transformarem nos pratos, os Pow Pow decidiram em 2001 começar a produzir os seus próprios temas. Para as vozes, contavam agora com os MC Devon e Jr. Carl. Para além disso, lançam a sua editora, que é abrigo para nomes definitivos do movimento reggae europeu como Gentleman. Para acompanhar no Sudoeste, os Pow Pow Movement – que se definem como “a melhor máquina de mistura da Europa” – trazem outro companheiro de editora, o cantor jamaicano Elijah Prophet.