Cartaz dia 3 de Agosto @ Sudoeste
O cartaz do dia 3 de Agosto do Festival Sudoeste está aí com grandes nomes que prometem bons concertos, eles são:
PALCO TMN:
Cypress Hill | The Cinematis | Just Jack | Outlandish | Armandinho | Buraka Som Sistema (After – Hours)
PLANETA SUDOESTE:
Mary Anne Hobbs | Bonde do Rolé | Data Rock | Balla | Os Lambas | Nastio
POSITIVE VIBES:
General Levy + Robbo Ranx | Steel Pulse | Soldiers of Jah Army | Manif3stos
The Cinematics - Mais uma banda que por tão brilhantemente conseguida nos faz pensar o que é que colocam na água da Escócia. The Cinematics são quatro escoceses que começaram, como quase sempre nestes casos que terminam bem, por fazer versões dos The Clash, e mais tarde perceberam que tinham que escrever as suas canções. E se bem o pensaram, melhor o fizeram – “A Strange Education” (2007), o álbum de estreia, constitui uma lição bem prática na arte de fazer canções cativantes, simples, luminosas, tão britânicas como o chá das cinco. A produção de Stephen Hague, veterano de álbuns de nomes acima de quaisquer suspeitas (como New Order e Pet Shop Boys, por exemplo), dá o remate final de distinção e sedução a um disco que mostra uma banda a correr um sério risco de chegar às alturas dos Franz Ferdinand (que também vêm de Glasgow...). Um disco que colocará os presentes no dia 3 de Agosto no Festival Sudoeste TMN com vontade de vestir uma gravata fininha e um blazer às riscas - elegância pura.
Just Jack - Este é o singelo nome artístico de Jack Allsopp, e o seu sucesso a prova de que o amor pela música e a perseverança acabam por compensar. O jovem do Norte de Londres abraçou a causa da música negra (hip hop, house, techno) e decidiu que haveria de fazer carreira por essas latitudes. Mas antes teve que aprender o ofício, através de cursos de “sampling” e técnicas de mistura. De dia trabalhava – a lavar carros, como paquete, numa florista... – e à noite fechava-se no estúdio a gravar. O primeiro álbum, “The Outer Maker” (2002), apesar de ser uma bela colecção de vinhetas de tédio suburbano ao som de electro e house minimalistas, não se fez notar, mas já em 2007 o seu sucessor, “Overtones”, explodiu nas ondas sonoras. Através das vias radiofónicas e digitais, o inescapável “Starz in their eyes” faz estragos. Neste “single”, Just Jack aborda a histeria dos concursos e “reality shows” que varre a sua Grã-Bretanha. Ciente de que nesta época de curta atenção e busca da fama pela fama só os verdadeiros crentes na sua arte se mantêm produtivos, Jack Allsopp continua a sua busca diária da receita perfeita de melodia, batida, samples e produção que o certificará como uma força a ter conta na nova música urbana inglesa. Dia 3 de Agosto no Palco TMN no Festival mais alentejano do país.
Outlandish - Quando se pensa em Dinamarca a nível musical, o que primeiro vem à mente é o “euro-bubblegum-pop” de uns Aqua ou Whigfield. Agora, tal situação está a mudar, e a “culpa” pertence em grande parte a estes senhores. Eles são três amigos de infância, filhos de emigrantes, com raízes em Marrocos, Cuba e Paquistão e que fazem arte pensada que resulta directamente das suas experiências enquanto seres em encruzilhadas. Em cruzamentos de culturas, de maneiras de estar na vida, de formas de produzir e veicular música. Lenny, Waqas e Isam juntam à sua formação juvenil a ouvir hip hop os sons que lhes correm pelas veias familiares, sejam eles das bandas sonoras de Bollywood, ritmos latinos ou samples de cordas do Magrebe. Falam de guerra, de pessoas que perdem casas, que perdem memórias. “I only ask of God”, o single que brilha no terceiro álbum “Closer Than Veins”, é uma mostra certeira do que são estes Outlandish, fincando os pés num ponto instável que medeia entre a humildade e a indignação, entre um trip-hop adulto e batidas de guerra.
Buraka Som Sistema - Se em 2006 os Buraka Som Sistema eram um dos segredos menos bem escondidos dos meios musicais esclarecidos de Lisboa, em 2007 são um fenómeno a varrer à sua frente o resto do país e, esperançosamente, do Mundo. Não que à partida se prevesse um resultado tão brilhante. Afinal, o público nacional é em geral avesso a sons dificilmente catalogáveis, e mais ainda quando oriundos de ritmos de dança negra. Mas o “kuduro progressivo” deste colectivo de produtores, MCs e vocalistas da Grande Lisboa revela-se tão contagioso, que mesmo o mais circunspecto ouvinte não resiste a abanar a anca. Kuduro, para quem ainda não sabe, é um género de música de dança urbana oriundo de Angola nos anos 90. Os Buraka Som Sistema pegam nas batidas do kuduro, juntam pedaços de breakbeats e do hip hop, e por cima colam vozes vindas da cova ou da cama. E fica um género novo, próprio da nova Lisboa. Apetece dançar, gritar, incitar, provocar. Como Patty faz em “Yah!”, um dos temas mais exportáveis, e que já roda em pistas de dança exigentes do Reino Unido. No Placo TMN em after-hours o ambiente promete aquecer e muita anca mexer!
Mary Anne Hobbs - Esta lady tem a responsabilidade de levar até à BBC Radio One as últimas novidades em música electrónica e urbana. O nome do programa diz tudo: “Experimental”. A veterana DJ e jornalista musical aposta forte nas intrincadas misturas das polirritmias e cavernosidades do dubstep ou do grime – Burial ou Skream são dos nomes da frente expostos por Mary Anne. O som da Londres nocturna e multicultural está pronto para ser mostrado no Palco Planeta Sudoeste.
Data Rock - A cidade norueguesa de Bergen já nos tinha dado os Royksopp e os Kings of Convenience, agora dá-nos o prazer de usufruir dos Data Rock. Que, segundo as palavras dos seus dois membros (Fredrik Saroea e Ket-Ill, juntos desde 2000), até nem sequer serão do melhor que se faz pela sua terrazinha natal. Dando de barato esta tendência para a auto-ironia, percebe-se que temos aqui um grupo que está na música pelo prazer da brincadeira, da descoberta da estranheza de instrumentos e sonoridades. Usam muitos teclados “vintage”, aparentemente “emprestados” pelos muitos amigos que vão entrando e saindo do grupo. Põem-nos os teclados a repetir vagas de linhas melódicas ingénuas, reminiscentes de uns Devo – que reconhecidamente veneram. As vozes são afectadas, as letras são propositadamente confusas, mas parecem falar sempre de situações pouco recomendáveis em madrugadas hedonistas. Ao vivo, juntam baixo e bateria demolidores. O resultado é um electropunk de base que oscila entre o minimal e o bombástico.
Balla - “Depois de ter passado pelos Bizarra Locomotiva, Ik Mux, Boris Ex-Machina e Da Weasel, Armando Teixeira tem a seu cargo os projectos Bulllet e Balla. Em "A Grande Mentira", o terceiro disco dos Balla, Armando Teixeira mostra um álbum onde se pode descobrir mais uma das suas 1001 facetas: canta pela primeira vez os 10 temas do disco! Considerado um dos melhores compositores, músicos e produtores no activo no nosso país, Armando Teixeira compôs, gravou, misturou e produziu um trabalho individual irrepreensível que se reflecte num disco de canções sem complexos. "A Grande Mentira" é pop, é electrónica, é erotismo, é raiva… Primeiro, porque se apoia no jogo de cumplicidades, de ilusões, de seduções e de concílios, e depois porque tem canções que desafiam, mais uma vez, as barreiras sonoras estilísticas.”
General Levy + Robbo Ranx - São amigos desde os anos 80, quando eram jovens MC’s em “soundystems” da Grande Londres. Desde aí, se reunirmos as suas carreiras teremos uma verdadeira enciclopédia da música urbana negra das últimas duas décadas. Sejam eles reggae, ragga, dancehall, drum’n’bass, garage ou jungle, e todos os interstícios entre eles, General Levy e Robbo Ranx passaram, de forma mais ou menos incisiva, por todos estes géneros. Agora, em conjunto no Festival Sudoeste, continuam a sua campanha pela captura da melhor batida e do melhor “riddim”. Em palco, cada um escolhe a sua personagem, e partem os dois para um combate em que não há vencidos, apenas vencedores. General Levy é o extrovertido, imparável e, muitas vezes, inconveniente cantor. Robbo Ranx é o mais professoral e contido MC, que nunca abandona a sua função de divulgador – está ao leme de um premiado programa na BBC Radio especializado em dancehall. E deverá ser esta forma modernizada de electro-reggae que fará as delícias dos espectadores desta dupla dinâmica.
Manif3stos - “Os Manif3stos iniciaram a sua intervenção musical e cultural no ano de 2005 bem perto de Lisboa – mais precisamente em Carcavelos. Influenciados por diferentes estilos e matrizes musicais e culturais, os membros da banda encontraram no grupo um tempo e um espaço que lhes permitiu encontrar um equilíbrio entre o Hip Hop e o Reggae com ares de Soul, Dance Hall, Drum & Bass e Electrónica. O texto e a palavra são elementos fundamentais na vida da banda pois e através deles que se procuram reflectir e representar múltiplas realidades sociais, culturais, tecnológicas e económicas em que vivemos. A banda não tem abdicado de se pronunciar sobre uma grande variedade de temas sociais, que preocupam os jovens e a sociedade em geral, tais como as doenças, a guerra ou a solidão. Mas também não têm deixado de se manifestar relativamente a outras questões, que respeitam igualmente a todas as pessoas, como por exemplo o amor, a amizade e as relações familiares.”